Seguidores

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pingente Verso


Meu verso capenga
Maluco molenga
Caduco pendenga
Matreiro e vulgar...

Balança e chocalha
Se rasga em navalha
Pipoca em metralha
Mas quer viajar...

Não existe passagem
Para essa viagem
Só se vê sabotagem
No trilho, a vagar...

E o verso pendura
Levando a amargura
Mas traz a candura
Pra novo poetar.

Marçal Filho
Itabira MG
30/01/2011

domingo, 30 de janeiro de 2011

Que seja, então

Que seu olhar seja sereno
e ao brilhar cintile em mim
que meu olhar veja em você
a musa linda em meu viver

Que nada ofusque o nosso brilho
que seja mesmo, só clarão
e, quando a dúvida, aqui vier
seja vencida com o perdão

Que nossas almas voem felizes
de mãos dadas no infinito da amplidão
que tudo seja mais que perfeito
que sejamos dois e um coração.



Marçal Filho
Itabira MG
26/01/2011

Tristesse


Meus versos de outrora
regiam compassos de belas canções
meus versos de agora
são contas de lágrimas dos olhos chorões

Aquele meu poetar trigueiro
fagueiro e de risos frugais
desfolham tristezas sorvendo prelúdios
dos sons madrigais

Meu flamboyant parece observar-me
por certo chora e, triste também se faz
contemplativo com suas flores vermelhas
despetalando entre as folhas, mágoas e tantos ais.


Marçal Filho
Itabira MG
25/01/2011

BIGORNA DE IMBECIL


Quando uma gota de água
Valer mais que um grão de ouro
Então verão o tesouro
Ao qual têm dizimado

Quando de sobre teu chão
A tez do ozônio se for
Enxotada pela vil insensatez
Quem sabe a cegueira nos faça ver
O inferno que a gente fez

Tudo aquilo que buscamos
Na consciência tardia
Culminou em desespero
No acordar da letargia

Não que seja redundante
Mas só queria ver adiante
O que dantes fora escrito
E no nada que virá, pelo menos há de ficar
Da minha parte; Esse grito


Saulo Campos/Marçal Filho/Marcos Gacê
Itabira MG –
23/01/2011

O passageiro


Nada mais eu falo,
a missão derradeira dessa pregação
é uma página dobrada do livro que acabei de fechar

Sou dessa denúncia
atingido em cheio, por flechas e punhais

O peito sangrando,
minha espera é quando tenho nada pra falar
mas, conduzindo o passo nessa estrada louca
quero ainda muito nela caminhar...

Eis que a espera é quase finda
mas sei que ainda vou viajar...

A vida é um expresso no trilho
continuo na estação de partida,
eis que o trem vem logo ali apitando na curva.


Marçal Filho
Itabira MG
18/01/2011

Poema para Luzilene

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ainda no começo


Meus silêncios são duros
nas noites em branco
que me tomam,
antes do amor se renovar

Meu sorriso é a senha que te dou,
dizendo o que disfarço
deixando no espaço nosso olhar,
paralelo e calado

Minha fala quase imperceptível
traz a aversão do teu escárnio,
minha metáfora,
não condiz com teu interesse

Meu maior motivo de amar
é teu principal artefato de brinquedo
mas, teu segredo; detenho ainda, por isso,
essa nossa história está apenas no começo.

Conceição Bentes/Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
16/01/2011

O Aluno


Todo mal que não tem cura
dá certeza ao desespero
todo apreço que carrego
eleva-me a outro astral

E assim vou evitando
toda rejeição contida
que nem sempre é legal
os despejos dessa vida

Sigo a procissão pacífica
nos percalços que se mostram
volto a vida num segundo
pra recomeçar o filme

Vejo então que nesse mundo
vale mais o que se vive
aprendiz eu continuo
muito aquém do meu saber

Dia, hora, minuto e segundo
muito mais tenho a aprender...


Marçal Filho
Itabira MG
15/01/2011

Rainha do Carmo


Ela só queria ser ramagem,
Em jardins de flores preteridas.

E que os rumos de suas palavras
Nunca fossem incertos.

Do lado fronteiro da insônia,
Respeitava apenas o tic tac
Das horas senhoras dos
“Uniformes sem tamanho”...

Para ter o que colher do resto do dia,
Que fosse calma ao seu alento!

Entre tantos desejos e andanças,
Topava, aqui e ali, com sorrisos
Tingidos de anátemas,
Respondendo coisas mais caras
Do que custavam os doestos.

Mas guardava o sentido do coexistir
Que desse forma à sua alma!

Está agora resolvida no infinito,
A gargalhar e aplaudir os reis
E rainhas dos vergéis da poesia...

Cheia de si, certamente,
Por disputarem o seu trono.


Gui Bassalo / Marçal Filho
Pará / Minas 13/01/2011


Parceirar com você companheiro é no mínimo, o máximo, mesmo sendo em máxima saudade de Jan.

Nem no atacado, nem no varejo


Não serei a parte obscura,
tampouco a candura, que você ditou
não compactuo com coisas ilícitas
nem sou o anarquista, que você moldou

Meu caminho é noutro rumo
meu olhar leva ao perdão
não serei o seu juiz
nem tampouco seu carrasco
não sou o fluxo do consumo
que você acreditou...

É sem lógica seu pedido,
outro iludido é quem você precisa ter
sou muito menos do que você espera
sou muito mais do que você pode pagar.

Mas aviso, não sou mercadoria de consumo.


Marçal Filho
Itabira MG
09/01/2011

Declínio

A beleza do universo
está declinando pelo vandalismo
que a estupidez do homem fabrica...

Numa clara atitude de repúdio,
a natureza reage duramente...
Não é à toa que a fúria por ela apresentada
a todos apavora...

“Se o que é do homem, o bicho não come”
o que da natureza é; será cobrado...

Óbvio que quem tem que pagar é quem fez a dívida.


Marçal Filho
Itabira MG
08/01/2011

Recalque


Legado me foi o acaso das coisas
a mão que me acena não identifico
e nessa incerteza de identidade
sei que minha verdade não convence ninguém

Então a demanda que carrego comigo
virou meu castigo virou meu recalque
nessa indecisão, meu cálice transborda
na medida exata do que abdico...


Marçal Filho
Itabira MG
08/01/2011

Meu menino sempre vence


Não sei definir nada que busco ter
não compreendo as definições de posse
por isso, minha estada por aqui
é a certeza da bússola emperrada
sem definir meu norte...

Também não procuro
a linha de reparo para consertar destino...

Meu menino teimoso
está sempre a questionar o adulto
e este, sem saber a resposta exata
ignora a pergunta, para não se passar por ridículo...

O pior é que nunca conseguiu
então o menino gargalha e diz:
-Seu mané, você nunca deixará de ser incompetente.


Marçal Filho
Itabira MG
08/01/2011

Djavaniando


Ouvir Djavan
é deixar a alma
em estado de quietude
numa total entrega da paz
e, depois sentir a levitação perene
por onde a sonoridade lírica rege o cosmo...


Marçal Filho
Itabira MG
08/01/2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

GRANDE EPOPÉIA


Uma vez, quisemos escalar a torre de Paris,
Mas, acabamos mesmo escalando a torre de Pisa.
Subimos cada degrau daquele campanário fenomenal
E, sob a neve que caia, contemplamos o Coliseu...

Outra vez, à sombra da gigantesca Pirâmide,
Vimos Tutankamon pagando propina para Pilatos;
Pois assim, os astros já projetavam Brasília,
Eterna forquilha para prender nosso pescoço...

E então nos pratos injustos da Estátua da Liberdade,
A espera por atos é muita, mas os fatos nos deprimem.
Tal qual os olhos do tradicional símbolo da justiça
Estão, às cegas, os sonhos dos apostadores de Las Vegas
Nos revelam a parte nefasta da epopéia dos corrompidos.

Marçal Filho / Janete do Carmo (in memorian)
Itabira MG / Palestina SP
11 de janeiro de 2011

*Amiga Querida, pronto, - terminei o Poema inacabado...
agora você pode descansar em paz...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O verso que faltou


E agora Poeta Jan?
Como faço com nosso poema inacabado?
Como costurar o verso que você deixou guardado?
Não saberei dar o enredo, que ficou interrompido

Só queria entender essa sua pressa em nos deixar
Preciso do verso seu, para o poema arrematar...

Amanhã à noite ficarei olhando o céu
Peça licença a Deus, chegue da janelinha
Jogue um papelzinho prometo terminar nosso poema

Ao amanhecer, o enviarei no primeiro raio de sol
Corrija tudo direitinho como você sempre fez...
À noite devolva-me num raio de luar...
Deixe que o postarei para você
Em todas as Comunidades da Internet...

Acredito que nossos amigos vão gostar...

Marçal Filho
Itabira MG
11/01/2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Torrentes


Deságuo lentamente,
entre chuvas e torrentes
que transbordam águas e rios...

Cachoeiras que meu olhar represa...

Poças d’água que afogam desejos
lavam mágoas adormecidas no peito
mas, meu jeito triste, insiste bater em descompasso...

Aí, alinhavo sentimentos, para costurar o tempo.



Marçal Filho
Itabira MG
06/01/2011

Da cor do seu sorriso


Eu bebo da fonte na estrada do sol
Mergulho nos rios pisando a areia
Encontro a existência nos mares do sul
Tempero o viver nas dunas de sal...

Desisto das crenças do outro arrebol
E anulo os apelos que possam surgir
Depois nos desígnios dos atos e ateus
Pra ter tão somente direito a seguir

Descerro a cortina que esconde o sorriso
Do brilho do ocaso ou da lâmpada néon
E quando lhe vejo sorrindo outra vez
Perfeitos se fazem, seu rouge e batom.


Marçal Filho
Itabira MG
06/01/2011

Amores e brilhos


Então um desejo
Completa meu ser

Que tem no prazer
Um lume, um clarão

Que se alternando
Faíscam outro sol

Com brilhos de amores
Quem vem e que vão.

Não gosto de viver nas sombras.

Marçal Filho
Itabira MG
06/01/2011

Sentimento de posse


Sem saber de fato o que sinto
Ou o que sentirei depois
Procuro nas encostas do destino
Meu lado que insiste ser menino
Pra somar com o outro lado de nós dois

Espero ainda ter compreensão
Que defina minha meta de então
Pra inverter esse obscuro que me atrai
Compulsivamente vou repensando
Porque não sei mais definir meu lado insano

Desconheço os mandamentos dessa lei
Que não convence, mas engana...
O pouco caso que o coração diz não saber
Simplesmente de sua mente jamais saiu
E você ainda faz de tudo, pois não quer perder.


Marçal Filho
Itabira MG
06/01/2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

CONTRIÇÃO


Que a causa do descaso
seja o ocaso do passado
que o novo que me vir
seja lúcido e renovado

Que meu eu encontre o brilho
onde o opaco é ilusão
e que este brilho seja a tônica
pra novo tempo do perdão

E que a bússola me aponte
um porvir de luz e paz
pra que o lado obscuro
não suplante a lucidez

Porque tudo só depende
do bem estar em contrição
então, que as linhas do destino
tenha outro tema e nova canção...

Que eu tenha a humildade necessária,
para o aprendizado e, que consiga enfim,
entender o valor do bem querer.


Marçal Filho
Itabira MG
04/01/2011

Sereia Encantada


Teu encanto de Sereia
entre algas e corais
é canção tingindo o enigma
em meu olhar mirando o cais

É o pulsar dum hino lindo
nos desejos do amor
que sagrou-se no divino
da pureza duma flor

É da paz a expressão
que meu lírico lampeja
onde as brumas de minh’alma
traz a calma que almeja

É o sorriso mais cordato
onde o tato é mais cetim
da amizade que proclama
o Amor dentro de mim...



Marçal Filho
Itabira MG
04/01/2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

“Palavras que ferem...”


Daqueles cujo domínio próprio não controla
São como bisturi, ferem a aorta contundente.
Provocam grandes terremotos, vítimas fatais
Alheios, corações destroem, intrinsecamente.

Armas potentes, sem pena, machucam, ferem
Envenenadas de puro rancor, deixam feridas.
Golpes certeiros, premeditados duramente
Fazem sangrar, quando friamente proferidas.

É como se o humano simplesmente não existisse
E sim um animal correndo atrás da presa.
Entre palavras torpes, chulas, malévolas e ferinas
A leviandade é tão desprezível quanto a sutileza.

O ser humano, se ferido for, por vezes tantas
Provavelmente com razão acabará por revidar
Porque quem foi agredido também poderá ferir
Tornando-se tão vil como quem só fez, o maltratar.


Glória Salles & Marçal Filho
Flórida Pta/Minas
02/01/2011