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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sa-u-da-de


Sa-u-da-de*

- tem dia que tudo é tão metade
que até o beijo; vem partido
dividindo uma saudade -

Marçal Filho
Itabira MG

14/02/11

Questões Íntimas


O meu pacto não vigora
vou rodando vida a fora
como um vulto sem razão
não arrisco no escuro
não me bato contra o muro
mas sequer vejo um clarão

Como a isca dum desejo
que seduz esse lampejo
sem pecado e remissão
solto a peia do destino
que vagueia meu caminho
sem mostrar a direção

Me pergunto até quando
vou estar nesse comando
sem nenhuma identidade
me procuro e deprimido
ao me achar já estou perdido
no resgate da verdade.

Marçal Filho
Itabira MG
14/02/2011

Memórias Estudantis



Quando vejo discrepâncias escolares
conduzindo o infortúnio dessa gente
lembro-me dos velhos tempos
dos aprendizados pueris da adolescência...

Por conveniência roubo a carta da memória
visão simplória, nos ditames do amanhã
então, a lágrima teimosa molha o rosto
e meu desgosto traz-me de volta pro divã...

Confuso entre o sonhar e o faz de conta,
a mente apronta vestindo a roupa de passeio
e bem no meio dessa visão em mim confusa
esqueço a musa que minh’alma desenhou...

Choro o tempo dum passado de sorrisos,
que insiste devolver-me essa saudade.


Marçal Filho
Itabira MG
12/02/2011

DA TIMIDEZ DE SEMPRE


Traduzir seu desejo
é certo não conseguirei
produzir sua verdade
não tenho capacidade
penso em tudo e nada sei

Sou um bicho do mato
sem cultura e abstrato
arredio e um tanto chato
todos dizem, já ouvi

Minha postura grotesca
pouco usada e romanesca
me atrasa e diminui
meu sonhar besta e humilde
quando chega me agride
então volto à timidez

Tenho complexo de avestruz
por isso, a penumbra me abraça,
mesmo estando em plena luz

Marçal Filho
Itabira MG
12/02/11

A LENDA DA CABEÇA DE BURRO


Eu ouvi de vovô, a estória da cabeça de burro
que alguém do passado, havia enterrado
e desde esse dia, a cidade sentida,
não via saída, tudo estava emperrado...

A tal cabeça de burro parecia verdade
pois toda a cidade comentava esse fato
mas, ninguém até hoje sabia explicar
onde estava enterrado o pedaço de asno...

Ao diabo essa lenda que alguém inventou
é preciso sair da letargia e acordar para vida
o tempo é agora; eis que a cidade desperta
façamos um novo desenho; sigamos uma nova idéia

Proponho de fato, um novo viver, um outro sonhar...
para brincar de ser feliz é só em nós mesmos, acreditar
Somos parte da história, mas se desejarmos...
podemos mudar esse enredo e destruir a cabeça de burro.

Marçal Filho
Itabira MG
04/02/2011

Sem Limite


Viandante sigo...
Sou poeta esparramado
Meu versar além fronteira
Leva meu coração alado
Pois viver sem poetar
É morrer enclausurado

A poesia não tem limite
Quando a imaginação é fértil
Ninguém sabe onde está o fim do uni(verso)
Nem tão pouco o começo do imaginário.

Marçal Filho
Itabira MG
31/01/2011

Para não comprometer...


A felicidade chegou desconfiada
ficou na porta espreitando o aposento
só depois de muito tempo resolveu entrar

Eu, mineiro que sou
ressabiado fiquei e, não puxei muita conversa
não quis me comprometer e nem espantá-la de vez

Desde então convivemos lado a lado
“causdiquê” não interesso perdê-la
Quando você vir visitar-me, fale baixo,
essa danada vive ameaçando se mandar.

Marçal Filho
Itabira MG
31/01/2011

Onde o lirismo é necessário


Meus dedos deslizam
por onde a imaginação mandar
e nesse imaginário bom
transo o desfecho da cena
compondo meu teatro lúdico

Possibilito aos que me vêem
transar a imaginação que quiserem
e decidirem o final que desejarem

A realidade às vezes é bruta,
mas, a imaginação, não precisa ser
afinal, o que seria da poesia,
se retratasse somente o óbvio?

Como seria a descrição do óbvio,
se não houvesse a poesia?

Marçal Filho
Itabira MG
30/01/2011