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domingo, 23 de agosto de 2009

POETA e PALAVRA

No dia que a poesia me faltar
e a palavra não surgir,
então serei alguém,
que de fato a vida marcou...
ou um qualquer que nunca sonhou.

Pois, se o poeta perde o fio do verso,
reverso se faz, inverso se torna,
refaz e transforma em mais que desejo...

Lampejo de lágrimas não convence;
e, se convenientemente convencesse,
não deixaria que o destino o mudasse,
não se expunha, prevendo
que tudo se transformasse...

Por isso o poeta, é um profano profeta
que vive a observar a vida; e dela faz um palco;
e deste, uma fresta imaginária...

Sua palavra mesmo simples,
quase imperceptível, é capaz de
se não convencer a si mesmo,
convencerá o outro.

Faz do picadeiro um lugar do riso;
e do desatino, um turbilhão de aplausos.

Quando me faltar a poesia,
quando nada mais houver para escrever,
aí sim, não me darei por satisfeito,
antes porém, darei lugar à folia;
e na amplidão do sonho interrompido,
zombarei do destino inacabado,
que por descuido, deixou-me um dia poetar!

Marçal Filho
Itabira MG

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