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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009



“Vidas que se perdem”



Ouço vozes desconexas
num clamor que não tem fim
muitos gritos sufocados
nas cidades, nas favelas, os motins.


Mas existem moucos...


Uma bala, outra bala e muito mais
o caos abrindo um leque sem parar,
drogas misturadas ao terror
sem ninguém para controlar...


Mas os moucos não acabam...


Dos penhascos as enchentes
descem e levam barracões
muitas vidas soterradas
aniquiladas entre os lixões...


Mas os moucos são os mesmos...


O alcoolismo aumentando
dia a dia em cada praça
e nas estradas do pais
cada minuto mais desgraça...


Os moucos com seus pedágios, não resolvem...


Tantas pragas propagadas
na violência em servidão,
a polícia no canto encolhida
precisando proteção


Mas os moucos refestelam-se...


O amor sendo minado
num cordão sem ter sentido,
tantas vidas esquecidas
porque ninguém dá ouvidos...


Os moucos preferem propinas...


Os moucos vivem mergulhados
ocupados em missões de paraísos
e uma prole desolada vive louca
se perdendo depenada nos confiscos...


Para acharmos as vidas perdidas...
Precisamos perder os moucos...


Marçal Filho
Itabira MG

 

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