“Vidas que se perdem”
Ouço vozes desconexas
num clamor que não tem fim
muitos gritos sufocados
nas cidades, nas favelas, os motins.
Mas existem moucos...
Uma bala, outra bala e muito mais
o caos abrindo um leque sem parar,
drogas misturadas ao terror
sem ninguém para controlar...
Mas os moucos não acabam...
Dos penhascos as enchentes
descem e levam barracões
muitas vidas soterradas
aniquiladas entre os lixões...
Mas os moucos são os mesmos...
O alcoolismo aumentando
dia a dia em cada praça
e nas estradas do pais
cada minuto mais desgraça...
Os moucos com seus pedágios, não resolvem...
Tantas pragas propagadas
na violência em servidão,
a polícia no canto encolhida
precisando proteção
Mas os moucos refestelam-se...
O amor sendo minado
num cordão sem ter sentido,
tantas vidas esquecidas
porque ninguém dá ouvidos...
Os moucos preferem propinas...
Os moucos vivem mergulhados
ocupados em missões de paraísos
e uma prole desolada vive louca
se perdendo depenada nos confiscos...
Para acharmos as vidas perdidas...
Precisamos perder os moucos...
Marçal Filho
Itabira MG
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