Passa por mim a voz do esquecimento
Um fingimento produzindo outro clarim
Leio um pasquim sem teor algum
Um documento que não se pode confiar
Minhas lembranças são tristonhas e ruins
Hoje nem sei o que faço nesse mundo
Um vagabundo sem nenhuma identidade
Minha verdade é pior que um olho vesgo
Só vejo por aqui um descontentamento
Meu eu reclama do contraste desse engodo
Cada minuto novo astuto faz a festa
E o que me resta será sempre o isolamento
Nessa partilha já não sobra nem vintém
Tanto porém que ninguém quer assumir
Se só me resta essa fala sem platéia
Melhor calar e aceitar meu eu recluso.
Marçal Filho
Itabira MG
19/07/2011
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