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sábado, 24 de julho de 2010

A voz que fala em nós

Não sei dizer nada mais
Nem se o tempo está bom
Se o homem tem razão
Ou se nada faz sentido

Sou um ser robotizado
E aqui bem do meu lado
A vida é contrária
De tudo que esperava

Eu sonhei que a poesia
Fosse libertar a mente
Dos seres escravizados
Tão presos em correntes

Enganei-me novamente
Por mais que dizemos
Insistem ignorar-nos
Por mais que queiramos
Preferem não nos ver

Tais e quais São João
Continuamos pregando no deserto
...O homem é um deserto...
E nós, apenas poetas tolos
Provavelmente morreremos tentando.


Marçal Filho
Itabira MG
23/07/10

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