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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Do país que não quero



Sou o ponto da incerteza
sou temporão perdido
ando a esmo na multidão
sou a visão mais turva
que depois da chuva
espera outro clarão

Sou um Brasil esquecido,
que lembrado é corrompido
trocado por qualquer valor
sou essa nação gritante,
que por falta de caráter
começa a não ter vigor

Sou o gari em meio ao lixo
marginalizado, cujo sacrifício,
é viver dias sempre iguais
sou esse vazio imenso
escravo em contra-senso
entre seres tão boçais

Marçal Filho
Itabira MG
25/03/12

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