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sábado, 19 de junho de 2010

Livre da redoma



Quando eu quiser, estarei além
do que me convém, sem ter precisão,
dessa agonia que ora finda. Deixarei para você,
uma doce fatia, desse parco naco...

Alheio, demente, inconveniente
embora dolente e docemente viril
procuro-me numa triste redoma
da qual saí para não mais voltar...

Permaneço convicto e recluso
como um semideus perdido
revolvo-me de minhas quimeras
mas preciso sonhar com borboletas...

Criei então seu retrato, sem aparato
e, sei que de fato, a ele me prenderei
dessa decisão solene, nada mais perene
que meu remoçar, para ser feliz, amém.



Marçal Filho
Itabira MG

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